Dentro de mim, há uma lacuna, um vazio.
Falta-me paz no coração. Nem mais sorrio.
Fora de mim, as minhas mãos buscam as suas.
São como gotas que, do céu, lavando as ruas,
se tornam lágrimas.
O meu caminho, você sabe, não tem fim.
E peregrinos se perderam donde vim
bebendo vinho ou em pecado, eu não sei.
Eis meu convite: vem andar por onde eu andei
_ rotas de lástimas.
Rotas sem volta, vou seguir caravanas.
E vou vagar, correr, fugir pelas savanas.
Irei buscar, achar você desconhecida
magia, única razão da minha vida,
doce alegria.
Se sou feliz, felicidade passageira,
esse momento, vou guardar a noite inteira
até dormir, pois vou sonhar insatisfeito
com um sabor de quero mais dentro do peito
que fantasia...
É fantasia, devaneio, sonho louco!
São tantas coisas! É querer tanto e tão pouco!
Estou confuso, delirante, perdi o rumo.
Mas, assim mesmo, obtenho o supra-sumo
dum prazer sádico.
Se desconheço, são os desígneos divinos.
Ignorante das certezas dos destinos,
de cujos signos jamais vou me lembrar,
leio os meus versos, que eu sei, vão acabar
num final trágico.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
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