quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Menção

Terei eu errado de novo?
Pelo vento leve enganado?
Ou pela lua terei outra caricia de sua mão branca
Por entre espinhos e farpas
Andarei por ruas imundas
Com as pétalas de lírios a ser meu perfume podre
Deixo a você doce dama formosa
Versos de três
De um beijo de Judas
Que antes de negar o Cristo negou o coração

I

Anjos nos dêem as costas agora
Estamos pecando
Tristes ovelhas largadas ao relento
De verdes pastos flamejantes
Do amarelo que deita se no fim da clareira
Voltaremos ao reino dos horrores
O reino da revolta
A vida dos homens

II

Sol do vento

Desenhei um sol no vento hoje
Ele não era amarelo
Desenhei-o de olhos fechados
Lembrando do sorriso de meu amor
E quando terminei de desenhar meu sol
O brilho dele
Engoliu a luz do outro sol
Pois o brilho dele é mais forte
É mais bonito
É mais puro
É o brilho do sorriso de minha princesa
No meu mundo
Ele brilha mais que o sol

III

Cão negro

Embalando-me pelos sons de sinos
A serenata do cão negro
Acolhe o mundo sobre seu focinho
Abocanhando a realidade de anjos azuis
Desfaz seu sangue em agonia
Para seu uivo ecoar pela cidade
Da noite roubada
A chuva cai levando seu pelo espesso
E no cair das gotas frias
Era só um homem nu

Gabriel Ramos

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