quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Travessura de Criança

Águeda Mendes da Silva

Eu passava as férias na casa de madrinha. Ainda tinha uns doze anos e um pouco sapeca.

Ela fumava e pediu que eu fizesse um cigarro para ela,
pois estava costurando e queria terminar logo.
Mais que depressa, fiz o cigarro de palha mas na ponta,
coloquei uma cabecinha de fósforo.

Entreguei o cigarro junto com uma brasa e uma xícarade café.
Ela parou com a costura, bebeu o café, ascendeu o cigarro...
E eu ali perto.
Quando deu a segunda fumaçada...Pum!
Nossa! A madrinha tentava jogar o cigarro fora da boca,
mas não conseguia pelo tamanho susto e só fazia assim:
Purrr...purrr.... com os lábios, até que o cigarro caiu . Claro .
Já sem o ruído da explosão.
Olhou para mim. Eu estava com o pescoço grosso
de vontade rir. Aquele olhar de repreensão foi tão
intenso, que acabei pedindo desculpas.

Ela, como sempre, alegre, espontânea, apenas me disse:
Êh....menininha!...

Pobre, Madrinha Rita!

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