segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Obra do ócio

Fillipe Vilareina

Executado. Pensamento que advém
das músicas, que cantarolo mudas
na minha mente alerta. Estafeta.

É o espanto do acordar pro mundo,
que eu ouço, surdo, pelos gritos
que ainda reverberam na caixa.

Caixa craniana.

Coço a sinagoga, como diria Rui
Barbosa, que troça com minha
tão feia joça, que tento fazer pegar.

Giro a chave na ignição da testa,
mas o nada do motor, que é esta
cabeça vazia, é só roncar e roncar.

Engraçado seria se eu fosse um carro.

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