Guilherme Belmont
Fui forjado a ferro e fogo,
num estaleiro qualquer.
Batizado com champanhe
pelas mãos duma mulher.
Aos lugares mais remotos,
fui lançado em alto-mar.
Endereços ignotos...
O oceano foi meu lar.
Vi geleiras, icebergs,
sóis a pino, vendavais.
Persegui aves migrantes
por entre ilhas tropicais.
Zarpei, singrei, naveguei.
Conheci povos distantes:
malandros gentis, mascates,
bucaneiros, almirantes.
Afundei barcos piratas,
mil façanhas, aventuras.
Foram tantas águas turvas,
outras limpas, doces, puras.
Muitos anos se passaram.
Perdi muito o meu encanto.
Nem mais ondas, nem mais ventos,
Naufraguei em qualquer canto.
Hoje, velho e encalhado,
eu revelo meu segredo:
Fui um sonho de criança,
um barquinho de brinquedo.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
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