Fillipe Vilareína
O trote do alazão se aproxima
e a senhora espera no castelo.
Ela vai à janela sorrindo
- um sorriso de criança -
mas seu amado nunca chega.
Apesar disso, seu sorriso é belo;
e ela não muda a expressão
quando o homem saca a espada,
que corta o ar zunindo
e faz o belo sorriso
se eternizar, rolando na areia.
O caldo vermelho correu na sacada
mas a senhora não sai da posição.
A cabeça, na terra, foi chutada,
porém não desfez o sorriso.
O audaz cavaleiro se vai
e o sangue real se esvai
correndo pelas pedras cinzas.
A crueldade não desfez a alegria
da bela demonstração de bondade
que há no sorriso da senhora
- um riso de criança -
A cabeça, não sei se tem nome
Mas, devido às circunstâncias,
chamarei-a como merece.
Chamarei-a de Esperança.
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