segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Febre

Há um estado febril; muitos chamam de amor.
No começo, se sente em total euforia,
um misto de delírio, êxtase, torpor,
febre quente, insônia, suor, letargia.

Mas, se a febre tem fim, eis que o amor não tem cura.
Padece o coração. Cedo, o corpo definha.
Fica a dor, o desgosto; há tanta amargura,
somente a ilusão de que nada se tinha.

Sem apetite, magro e fraco, nada come.
sem sorrir, ele, de olhos secos, nem mais chora.
E pálido, anêmico, morre de fome.
Sua alma some, segue em frente, vai embora.

Pobre do homem que amou demasiadamente!
Rezo pelo funesto ser que agora jaz,
pois sofreu, foi servil, ingênuo e inocente,
e seu erro fatídico: amou de mais...

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