segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Temores de um passado recente

Meu mundo girou e parou de repente
O vento deixou de me movimentar
Naveguei por tantos lugares
Agora me encontro perdido perto do nada
Livre de qualquer rumo a tomar
Intocável no meio de lugar nenhum
Sem saber o que fazer com o tempo que resta
Assim vi o dia passar

Sem um pensamento deixar de ecoar
Estaria realmente vivendo
Soluços me impedem de gritar
Como se tivesse alguém a quem me escutar!
O que está acontecendo
Não quero aceitar que acabou assim
Então o que fazer agora para remediar...
Teimo em não acreditar
O que já é uma certeza indubitável

Mais uma hora se passou
O meu castelo de cartas está ruindo
Nas areias pálidas de uma praia imperfeita
Até as ondas aqui não vem tocar
Larguei meus sonhos e ilusões
Inquestionavelmente para com alguém estar
Sem a certeza que me era tão precisa
Ao acordar só um bilhete

Sem explicações plausíveis a que me segurar
Estou a secar as lágrimas de minha face deformada
Sem poder colher delas um grão de esperança
Céu vazio de larga imensidão
Ontem tive um hoje que já não tenho mais
Norte, sul, leste ou oeste por qual rumo te procurar?
Está é minha sina não saber qual decisão empunhar nas mãos!
Talvez seja melhor um talvez...
Onde estão os ventos que me guiam...

Mantenho os olhos presos ao horizonte
Onde tenho a certeza que ainda vou encontrar
Novos rumos pelos quais navegar
Assim espero as horas passarem depressa
Lamentando apenas só poder jogar ao mar
Inquietações de um coração sofrido
Salpicadas pelas recordações que trago sempre comigo
Amargadas por fragmentos

Seculares
Estagnados ao presente
Sucumbindo o agora ao vazio do nada
Caminho esse mais triste rumo à felicidade
Onde será que está escrito que tudo é igual?
Nostalgia mais cruel que não se deixa de viver!
Expugnando o agora de uma vida
Titubeando planos traçados para o horizonte cruzar
Óbice de teus olhos enxergarem o brilhar

...
Autor: Welton Machado Guimarães
Criado em: São Paulo, 30 de novembro de 2008

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