segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

À Princesa da Pérsia

1, 2, 3...
Começa no silencio da tarde
Que vaga triste com sua ausência
Preso a palavras que não compreendo
Querendo não as levar em crédito
Soam as cordas da canção
Eleva-se o ritmo em desespero
Como se o fim houvesse sendo anunciado
Numa longa introdução melancólica
As notas variam...
Numa triste melodia angustiante
Definhando o que restou do dia
O timbre entoado segue vibrante
Empolgando uma desilusão avassaladora
Este é o caminho que devo seguir
Essa é a mais triste passagem
O céu de baunilha se curva
Em um precipício sem fim
Que na vida é apenas uma comparação
Entram os metais
Dando sua inquieta contribuição
O sopro é devastador
Tirando meu chão dourado
Deixando o caminho ao inferno
Inteiramente aberto
E a canção se faz mais triste
Nublando meus olhos
Fechando-os em uma tempestade de verão
Quem está seguro de suas convicções?
Tendo-as baseadas em fragmentos do passado!
Agora restam apenas ecos distantes
Uma lamentação profunda
Agarrada a uma lasca de medo
O mar é salino por uma razão!
Estou enterrado no fundo do oceano
Perdido na escuridão
Que me assola há tempos sem compaixão
Conduzindo-me pelo caminho de pedras brancas
Que se desmancham ao meu passar
Deixando sem rastro o meu passado
Está e a minha contribuição
Quero morrer e com o vento ir viajar
Para em um dia não distante
Passar rapidamente por certa janela
Deixando um pouco do que fui
Repousar em um canto iluminado


...
Autor: Welton Machado Guimarães
Criado em: São Paulo, 30 de novembro de 2008

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