quarta-feira, 26 de novembro de 2008

TOM DO TOMBO

ZéBeto Fernandes

As dores estão em flores

O tombo do patrimônio histórico
ZéBeto Fernandes

É de rir o que se chora no exterior
A dor é de quem sente no interior
Não te censuro por cair da cadeira
Fui tombado históricamente sem eira

Beira da árvore podada aos pentelhos
O gigante de Rhodes caindo de joelhos
Um titã tropeçando no meio ambiente
O desmanche das muralhas da gente

Engraçado corpo são estar machucado
Como um escravo ferido e estropiado
A articulação roxa de inchaço ao chão
Sangra canela no mar de lama em vão

O riso do tombo é benção aos ouvidos
Desgraça pior é o desmaio dos feridos
O corpo não obedece pra sair do barro

Com força de milagre ao céu me agarro
O riso raso me conforta a grega tragédia
Agrega à vida o drama da divina comédia

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