Guilherme Belmont Costa
Há mistérios que o homem teme compreender
_estudos de horas a fio de sofrimento
cujo único saber se esconde num lamento
que nenhum mortal quis, um dia , entender.
Conhecimento à flor da pele que desfere
vários golpes brutais nos nervos da epiderme,
igual a uma carniça, por um voraz verme,
devorada e que, em nada, interfere.
Uma estranha pesquisa desacreditada,
pois seu credo é, estranhamente volúvel.
Os incrédulos diriam “É insolúvel!”.
E esta pergunta não será solucionada.
A compreensão nos extirpará a amargura,
e a Dor, a eternamente desconhecida,
se contendo no rasgo duma ferida
( quem sabe?) um dia terá sua cura.
A Dor _ antítese da alegria carnal_
reflete sedutora, na água cristalina,
a imagem duma odalisca assassina
que me seduz como um súcubo espectral.
Todo sofrimento é um bizarro enigma
cujo grito lancinante nada nos diz.
Todo sofrimento, por uma cicatriz,
assina, desdenhoso, seu fúnebre estigma.
Seu troféu é meu próprio sangue derramado;
e seu gozo, uma lágrima triunfante.
Sim, doce Dor, o meu prazer é seu amante,
e uns dirão que sou, loucamente, bem amado
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
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