terça-feira, 18 de novembro de 2008

“Carinho de mãe”

Minha fronte tem óleo
Do dia apertado, das fuligens da vida
Meus cabelos estão desarrumados
De tanto pensar, das decisões tomadas

E você apenas passa de leve a mão
Deito-me em seu colo por cinco minutos
E não vejo os carinhos passarem
Só os dias cansativos e pessoas idem

Minha sobrancelha é tocada
Dos seus dedos prestimosos, desenhando
Aparando o suor que passou
Protegendo meus olhos do que já viu

E você insiste na minha sobrancelha
Colocando-a reta nas curvas que me enfio
E não olho mais nada, só um fundo azul
Lágrimas escorrem de puro repouso

Minha sobrancelha de fios decorados
Por sua preocupação constante
Por seu dedicar dedilhado
Aparando poeira do verde meu

Acordo e me sobra telha
Pois construí um castelo sólido
Encenado num amor materno
Que meus olhos vêem como eterno.

JB Alencastro

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