sspóvoa
PRIMEIRO CANTO
LÁ, NO BARRANCO DO RIO ONDE EU MORAVA, AS ÚNICAS COISAS TRISTES ERAM AS LEMBRANÇAS DE ALGUMAS PASSAGENS NA CIDADE GRANDE, ONDE AS FLORES PERDEM AS PÉTALAS E AS BORBOLETAS PERDEM AS CORES.
LÁ, AS FLORES NÃO MURCHAM. BORBOELETAS, FALENAS, LIBELULAS E MARIPOSAS, ATÉ AS EFEMERAS, BAILAM SEMPRE EM POR SOBRE O ESPELHO DAS ÁGUAS. SÓ AS EFEMERAS CUMPREM O SEU CICLO DE POUCAS HORAS E, NEM POR ISSO, O GRANDE BERÔ-ROCAM DEIXA DE ROLAR COM AS SUAS ÁGUAS SERTÃO A DENTRO.
NA FUMAÇA DO CACHIMBO EVOLAVAM CANTIGAS DE RODA
“ EU VI O SOL, LA NO ALTO CLAREAR,
EU VI MEU BEM DENTRO DO CANAVIAL
TRISTEZA QUE VAI E VEM,
NÃO TRAZ NOVAS DO MEU BEM
SE ELE É VIVO, SE ELE É MORTO
OU NOS BRAÇOS DE ALGUÉM...”
SEGUNDO CANTO
E LA IA A CANTILENA DOS CURUMINS DA ESCOLA PROTESTANTE, ENQUANTO O VELHO ARUTANA FALAVA DA GRANDEZA ANTIGA DO POVO DO ARUANÃ. EU PITAVA SEM NINGUÉM PARA FALAR QUE AQUILO FAZIA MAL.
FAZIA NADA!
DIA DESSES TIRARAM EU DE LÁ.
SEM CACHIMBO,
SEM BORBOLETAS
FALENAS E LIBELULAS E, MUITO MENOS,
AS EFEMERAS QUE SO VIVEM NA BEIRA D’ÁGUA.
AÍ PERDI O CONTATO COM OS ANJOS
E NEM VI MAIS OS BOTOS BRINCANDO
DE VADIAGEM NAS TARDES QUENTES
DA BEIRADA DO MEU RIO, MORADA DO CAIPORA
DO NEGRO D’ÁGUA E DO SACI PERERE.
EITA LEMBRANÇA DANADA!
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