quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

CADA VEZ QUE ENTARDEÇO


NaldoVelho

O silêncio das almas, a espera inquietante,
o livro aberto em cima da mesa,
feridas cicatrizadas e um monte de incertezas.

As marcas do tempo, a rota dos ventos,
a cada passo colho pedras e espinhos,
dias e noites ao relento,
a face enrugada já não me deixa mentir.

Um rio de águas claras tem seu curso em meu quintal,
e do lado de lá, margem contrária de quem sofre,
um tempo, que eu pressinto, de delicadeza.

Cada vez que entardeço, atravesso um pouco mais.

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