VENENO

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A aspereza de uma palavra
Arranha mais que na língua
Corta o peito e crava
Levando a alma à mingua
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Decerto não pensa no fato
Quanto o verbo abre a boca
Se acaso pensasse no ato
Faria supor-se muito louca
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Pois o veneno da aspereza
Espalha-se, o ar contamina
Envolverá a ti com certeza
Pense antes de falar, menina!
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Lena Ferreira