segunda-feira, 29 de junho de 2009

DELÍRIO

.
Minha mente em convulsão
Febrilmente delirou...
E, vagando por paragens estranhas
Mostrou-me imagens grotescas
.
Vi corcéis alados
Soprando labaredas incandescentes
Pelas narinas, convidando-me ao voo
.
Vi botos, tritões e sereias
Com o corpo escamoso, opaco e frio
Nas areias de escaldante deserto
Presos nas redes de pescador; teias
.
Vi letras e frases pousando em nuvens gris
Recolhidas, aguardando a nesga de sol
Vi o vento desviando-se da alva folha, da pena
Vi, por certo em delírio, toda sorte absurda
Vi a minha boca, por instante breve ficar muda
E no desfecho do meu delírio, vi minh’alma serenar...
.
(Lena Ferreira)

Nenhum comentário: