quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Portos

Tenho visto a desgraça de meus portos
Navios estonteantes (todos recheados )
No alçapão de seus cascos
Jorravam aromas alucenógenos
Entorpeciam, enlouqueciam
Faria dependente os castos puros
Falsos castos (eu),faziam condenados
"Que joguem a âncora!"
Gritam os marinheiros
Eu afundo
Agora sou dependente desse perfume
Sinto o cheiro rondar-me os lábios seus
De olho no teto imagino formas (entrelaçadas)
Sonho e realidade eis meu doce amalgama
Esse porto defasado cheio ratos do mar
Correndo de lá pra cá
O porto está vazio
Raia no horizonte uma nau azul
É pequena, os ventos lhes seguram os braços
Trazem-na ao cais
Sua corneta me agrada aos ouvidos
Hipnotiza
Seu holofote faiscante prende minha fronte
Não, não dessa vez não é perfume
É o encanto das almas
O soneto dos corações.

Gabriel Ramos

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