quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Soneto em si mesmo

Zébeto Fernandes

O reino da poesia não teria vida
Não fosse o dom de curar ferida
Mundo sem letra é papel patético
Mero desastre ecológico poético

Uma devastação de letras mortas
São portas divinas de linhas tortas
Parece uma tragédia sem um deus
Que nos acuda pelos apelos ateus

A poesia é o queijo da macarronada
O beijo de luxúria da mulher amada
Fada de fábulas em catarses infantis

A luta por ver na treva gestos gentis
A faca do oprimido furando horizonte
Absurdo de ver na rua um rinoceronte

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